Este espaço é um espelho sobre o pulsar da minha contribuição ideológica enquanto cidadão activo empenhado em desenvolver o meio ao meu redor. Espero colher e partilhar a minha humilde opinião sobre temas de interesse comum
05 de Junho de 2012

A Liderança é aspecto ou elemento presente na vida das pessoas e das organizações, e que marca a forma como as acções são realizadas. Devido a sua organização natural e natureza da vida, as pessoas tem com frequência a necessidade de se unirem e formarem equipes mistas de trabalho para atingir objectivos colectivos. De qualquer das formas o desempenho dessas equipes é influenciada fundamentalmente por dois aspectos-chave: comunicação e espírito de equipe, onde a liderança aparece como aspecto transversal e que optimiza essas competências.

 

Esta análise centra-se na avaliação da eficácia da liderança aplicada a natureza e dinâmica de grupos onde derivam diferentes expectativas e objectivos individuais, quais as características humanas diferenciadoras de um Líder neste processo? Para este caso, consideremos o papel da humildade na condução de pessoas, recursos, processos e estratégia para alcançar objectivos colectivos.

 

Para Sharma, Robbin (Exame:126), o antigo modelo de Liderança que defendia que os Líderes nascem como tal, encontra-se obsoleto pois esta já não diz respeito a posição de um Líder na empresa (abordagem situacional), o seu centro de gravitação é agora transversal onde qualquer um pode ser Líder (abordagem omnipresente), porque a Liderança adquiriu mais atributos do que uma simples posição ou função, trata-se porém de uma forma de pensar e de agir.

 

Considerando que a Liderança é algo que não se ensina, mas sim aprende-se, futuramente ganhará maior preponderância o papel dos líderes sem título, este indivíduo anónimo que pode iniciar uma onda de liderança que cresça e transforme-se numa onde de tsunami de excelência inspirando as pessoas que acompanham o seu percurso. “A próxima década apresenta muitas oportunidades para os indivíduos bem preparados”, segundo Sharma, Robbin (2010). Para o mesmo autor o ponto de partida em tempos difíceis é ter os pensamentos certos, quem não tiver confiança e focar-se apenas nos problemas vai perder todas as oportunidades que lhe surgirem

 

Humildade é factor-chave de sucesso nas várias vertentes sociais e profissionais que a pessoa estiver envolvida. Cada colaborador é colocado, no desempenho de suas funções, um conjunto de objectivos que tornam a sua actividade mais ou menos desafiadora. Passo a citar alguns exemplos ou situações correntes:

  1. Atleta de alta competição com enorme potencial que sabe aceitar a rotatividade do plantel nas opções do técnico respeitantes a constituição da equipe inicial, dá o melhor de si e agarra a titularidade quando for chamado a intervir;
  2. Estudante dedicado que sabe escutar, respeita o protagonismo do professor como elemento de produção, coordenação e partilha de conhecimento, temporiza adequadamente o momento para emitir sua opinião;
  3. Colaborador exemplar mais do que um bom profissional é um voluntário, disposto a fazer mais do aquilo que são suas obrigações, aprende e desenvolve mais competências com isso. Crê que a confiança e consequente progressão pode ser conquistada com bom desempenho no seu trabalho.

Todos estes casos possuem denominador comum (1) humildade, a aceitação do conhecimento transversal, das especialidades, experiências trazidas pelas gerações, poder de influência, poder de comunicação, argumentação e de convencer (2) espírito de conquista, com trabalho conquistam-se todos sonhos.

 

Muito se tem dito que as características de um grande Líder adquirem-se ao nascimento. Vários estudos provam o contrário, a Liderança pode contudo ser aperfeiçoada. Evidentemente que algumas pessoas tem maior facilidade para agir de certa forma enquanto que outras precisam de maior preparo para alcançarem sucesso em cargo de liderança. De acordo com Raúl Candeloro as dez características de um grande Líder são:

  1. Grandes Líderes cometem erros e se responsabilizam por eles;
  2. Grandes Líderes conseguem ficar neutros;
  3. Grandes Líderes não externalizam seus problemas;
  4. Grandes Líderes tem níveis altos de paciência e compreensão;
  5. Grandes Líderes produzem grandes Líderes
  6. Grandes Líders delegam e sabem quando soltar;
  7. Grandes Líderes tem um grande senso de propósito;
  8. Grandes Líderes reconhecem e aconselham seus colaboradores constantemente;
  9. Grandes Líderes tem inteligência emocional;
  10. Grandes Líderes são autenticos e honestos.

Destarte, todas estas características não porporcionarão resultados tangíveis em termos de inspirar, motivar, e conseguir obter melhores resultados da sua equipe, quando este Líder não souber ouvir dos outros antes de falar e não tiver uma grande humildade, de que adianta possuir todas estas características quando não se sabe ser humilde!

 

Segundo Micklethwait, John & Wooldridge, Adrian (1996:146) “as pessoas interessadas em aprender devem dominar cinco disciplinas: serem capazes de pôr de lado os seus velhos “modelos mentais”, apredenderem a abrir-se com os outros (“domínio pessoal”), compreenderam a maneira como a organização de facto funciona (“pensamento sistémico”), concordarem com uma “visão partilhada” e capazes de trabalhar com os outros a fim de atingir um objectivo comum (“aprendizagem em comum”).”

 

The Fifth Dimension de Peter Senge, Guru da teoria de Gestão contemporânea organização de aprendizagem, teve enorme êxito na altura de sua publicação onde várias opiniões convergiam na tese que o Ocidente estava no meio de uma mudança de paradigma, a transição de uma economia industrial para uma economia baseada na informação e que esta última precisava de um homem novo, equipado com novas técnicas de pensamento para dominar a orientação do processo produtivo.

 

O Homem novo é todo aquele indíviduo que reconhecendo suas fragilidades enquanto pessoa, encontra como seu refúgio predilecto o contacto com outras pessoas onde pode partilhar informação, escutar, ouvir, aprender com estes e deixar ficar a sua posição, suas idéias para perpetuar o conhecimento neste processo de aprendizagem mútua. Pode-se afirmar que o bom profissional possui duas características: hard worker e humildade.

 

Há pessoas que gabam-se em dizer que sabem tudo, que não precisam dos outros, que são auto-suficientes, etc. Um grande sábio, para alguns o pai da Filosofia, terá dito, naquela que é considerada uma das mais céleres reflexões filosóficas, reconhecer que a sua sabedoria era limitada pela sua própria ignorância (“Só sei que nada sei”), Sócrates.

publicado por Cidadão Atento às 14:29
Viva ilustre,

É com enorme prazer e satisfação que comento os seus artigos postados neste blog. Parabenizo-o , ainda que tardiamente, pela iniciativa e incansável vontade de partilhar seus pontos de vista "com nos outros" ! São temas passíveis de suscitar calorosos debates mas impressiona-me o cuidado que tem tido de aparentemente "evitar" convocar a controvérsia e simultaneamente não se limita a abordagens superficiais ! Li e reli particularmente os artigos sobre Liderança e Humildade, Ser Karingano é ser rico, Juventude e Sociedade... Na minha modéstia opinião, estes são assuntos que deveriam efectivamente ser objecto de colóquios , seminários e outro tipo de encontros que possam primordialmente envolver jovens como nós ! Os mais velhos seriam convidados de honra e que teriam como missão central transmitir os seus ensinamentos e experiências acumuladas sobre cada um dos assuntos. Todavia, para a nossa infelicidade para este tipo de assuntos tens menos audiência comparativamente a uma discussão do tipo banal sobre , por exemplo , " o estágio do futebol em Moçambique!" ( isto num país onde alguns dirigentes desportivos estão resolvidos a facturar apenas do que a usar o que resta da sua massa cinzenta para estabelecer estratégias que nos levem a sair do marasmo em que está mergulhada tal modalidade) ! Força aí compatriota...ao menos és uma prova de que existem neste país muitos jovens, homens e mulheres com ideias válidas para mudar para o melhor o status quo deste país mas também , em abono da verdade, há uns energúmenos que despidos de alguns valores ético-morais vangloriam-se por serem peregrinos dos cifrões e do enriquecimento sem causa tentam fazer com que apenas o seu "estilo de vida" impere como regras na nossa sociedade.
cidadao atento a 19 de Junho de 2012 às 15:16
Obrigado pelo seu comentário Meu Caro,

Efectivamente dá-se pouca primazia a questões prementes, e perde-se muita energia em assuntos menos relevantes. São os pecados da ausência de um master plan , instrumento de planificação inclusiva que ostentaria a visão, missão, os valores e princípios fundamentais, alicerces (plataforma) em que irão assentar os objectivos, metas, programas, prioridades, planos de acção, responsabilidades, enfim, um guião sobre como vamos empregar os nossos recursos para reflectirmos os nossos problemas.

Penso que é altura de se qualificar os problemas e objectivos por ordem de prioridade. Porque os problemas são vastos e de diversa ordem, então há que classificá-los por ordem de algum critério (modelo) consensual, em linha com princípios tais como risco-retorno e meritocracidade.

Este exercício, permitiria direccionarmos as nossas acções, colhendo benefícios de economia de recursos. Mais vale um problema bem identificado, discutido profundamente e que traga soluções líquidas, do que problemas mal formulados, discutidos tangencialmente em diferentes sessões criando-se um ciclo vicioso de discussão dos mesmos problemas e muitas vezes mal resolvidos ou com “soluções encomendadas”.

Deve-se assim, tentar reformar o velho modelo de debates "tagarelas", quebrando o medo de opinar. Num espaço onde vigora independência intelectual, os problemas podem ser aflorados de forma profunda e validados, quando alguns problemas ora identificados como tal deixarão de sê-lo. A meu ver essa é a condição basilar para se partir de forma válida e produtiva para discussão, ou debate, ou colóquio, ou reflexão, ou tertúlia, seja qual for a forma e modelo.

Aqui há que se ter uma “equipe de produção” comprometida primeiramente com a verdade, e segundo com a análise profunda das questões o que exige dela competência, conhecimento e disponibilidade.

Grato, e até breve!
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